Onde é quê começou o futebol em Moçambique?

Onde é quê começou o futebol em Moçambique?

MODALIDADES DESPORTIVAS DE MOÇAMBIQUE


Certamente que você conhece o jogador Elias Gaspar Pelembe (13-11-1983), mais conhecido por Domingues da seleção nacional de futebol, como também você assiste o golf moçambicano. 

Então neste trabalho vamos trazer o historial das seguintes modalidades desportivas

1. Golf

A palavra golf prove do Inglês golf que, esta, por sua vez, vem do alemão Kolb que significa taco.

 A origem deste desporto tem muitas versões:

Uma das mais prováveis é que os escoceses o tenham criado por volta de 1.400 mas pouco tempo depois, esta modalidade foi proibida pelo Rei daquele país considerando _ a um divertimento que afetava os interesses do pais, isto se devia a dedicação que o próprio desporto exigia.

 Outra versão é de que o golfe tenha uma origem mais próxima a um jogo Romano chamado paganiza praticada nos séculos XVII e XVII em que se utilizava uma bola court e uma vara curva.

 No entanto, há pessoas que ainda acreditam que o golfe tenha surgido a partir do " jeu de mail", antigo jogo francês que se assemelha ao golfe mas que entretanto é praticado em espaços fechados, por isso.

 São muitas as origens deste desporto e cabe e cada um escolher a origem que lhe é mais real.

O golfe como modalidade ou atividade desportiva, chegou oficialmente a Moçambique, em 1903, trazida pelos britânicos representantes de empresas petrolíferas tais como a BP, a Petromoc e outras.

Atualmente o golfe é praticado em várias províncias de Moçambique particularmente nas cidades de Maputo, Beira, Inhambane e outras.

As equipas de golfe em Moçambique foram constituídas por várias empresas nacionais. O dia 17 de Novembro é considerado o dia do golfe em Moçambique.

Futebol   

Imagem de futebol

      
Há um desconhecimento do surgimento e do desenvolvimento histórico da modalidade de futebol em Moçambique. 

O conhecimento histórico e da luta pelo desenvolvimento desta importante especialidade desportiva não vem detalhadamente escrito.

Futebol é uma modalidade desportiva de longa existência. Por isso, ė difícil de citar a data de origem, altura da introdução nos países, levando - nós a pensar que ela acompanhou a penetração do colonialismo em Moçambique.

Falar da história do futebol em Moçambique, é falar da história do país. 

Destaca se, por isso, que o surgimento, desta modalidade, se deveu á presença do exercito colonial Português e as comunidades inglesas nas diversas companhias moçambicanas. 

Esses praticavam o futebol nas zonas em que fixavam residência como meio de recreação e lazer.

Para alem de participarem na introdução do futebol no nosso pais, os ingleses contribuíram também para o seu desenvolvimento e expansão, pois, formaram um clube de nome Atlético Nacional mais tarde Atlético Clube de Lourenço Marques que é o dos mais antigos do pais.

Atlético Nacional foi um clube da " elite da pequena burguesia mestiça" que se auto intitulava de " mestiço da 1 å classe ". Era um clube que ilustrava o divisionismo gerado pelo colonialismo.

O Atlético Nacional foi um clube acérrimo antagonista da extinta Associação Africana a quem os elementos do clube classificavam como uma associação dos " pretos e mestiços da terceira classe".

O outro exemplo de racismo no desporto foi o dos criquetes e dos equibais que eram só exclusivamente para indianos.

O jogo de futebol, tal como em África assim como em Moçambique, foi introduzido pela acção de múltiplos agentes com destinos interesses: 

Cresceu junto de grandes empreendimentos estatais e privados que, também sucedeu na Europa industrializadas patrocinavam atividades desportivas, procurando controlar assim as relações laborais; 

Nasceu na sequencia do esforço missionário, comunitária, foi incentivados pela dinâmica associativa dos colonos, caracterizada por uma activa componente desportiva, beneficiou de fluxo migratório de que o movimento maciço de trabalhadores moçambicanos para a África do Sul.

Para Rodésia é um exemplo evidente, desenvolveu se pela própria dinâmica económica impulsionada, sobretudo a partir da transição para o século XX.

Conforme foi referido anteriormente houveram premissas políticas - históricas para o surgimento do futebol no b pais, sendo a presença do exército colonial Português e da comunidade inglesa as mais importantes.

 Nesse período a pratica de futebol caracterizava se por uma flutuação pelas condições e sistemas de vivencia de Ideleracial, religioso, regional, pelas politicas importadas pelo colonizador e também pela situação da evolução do próprio desporto ao nível território moçambicano.

Inicialmente as equipas africanas participavam no campeonato organizado pela Associação Futebol de Lourenço Marques (AFLM), estrutura desportiva filiada na federação Portuguesa de Futebol. 

No entanto, a partir de uma certa altura, as equipas africanas foram expulsas do campeonato organizado pela AFLM.

Foi, por isso, que o Brado Africano, jornal criado em 1918 pelo Grémio Africano de Lourenço Marques e baluarte do movimento nativista, várias vezes iria protestar contra a exclusão das equipas africanas do campeonato.

 Associação de futebol de Lourenço Marques e contra a marginalização do jogador negro a competição indígena realizava se ao mesmo tempo que campeonato oficial de Lourenço Marques, gerido pela AFLM. 

Esta prova contava, já no final da década de 1920, com 9 clubes.

A participação de alguns clubes que ainda hoje se encontram entre os mais importantes de Moçambique, casos de Sporting clube de Lourenço Marques (N. 1916), filial de Sporting Clube de Portugal (que depois da independência foi rebatizado do Maxaquene), de grupo desportivo de Lourenço Marques do (N.1921) e do grupo Ferroviário de Lourenço Marques (N 1924). 

Neste campeonato destacavam se ainda o atlético Clube de Lourenço Marques, um dos primeiros clubes de Moçambique, fundado em 1908. 

Totalmente formados pelos Ingleses, terá dito, ate a década de 1920, um papel importante no desenvolvimento de futebol na cidade de Lourenço Marques.

A estrutura de futebol de Lourenço Marques esteve assim inicialmente entre o campeonato oficial da AFLM e organizado pela associação Africana de futebol(AFA).

Factos históricos indicam que nos finais dos anos 50 ocorreu a extensão de AFA, tendo depois seus clubes sido integrados na recem criada segunda divisão e aos jogadores imposta uma caricata obrigação de só poderem alinhar um grupo de primeira ou segunda divisão quando feita a quarta classe. 

Dai que todo o mundo abandonou o futebol. Esta foi uma das armas aplicadas para acabar com o futebol de indígenas.

Com a extinção da AFA, é criada a Associação de Futebol da Província de Moçambique. 

Nessa altura a pratica de futebol alastrou se para todo território nacional sendo criada Associação Distritais: Lourenço Marques, Manica e Sofala (tinham uma associação), Zambézia, Nampula e Cabo Delgado.

É de realçar que as equipas escritas nessas associações na sua maioria eram filiais portuguesas sendo dirigidas por elementos ligados ao poder colonial e è assim que surgira clubes como:

 Desportivo da Beira
 Sporting da Beira
 Ferroviário da Manga
 Texta África, Sporting Clube
Clube de Dondo – filiadas na associação distritais e Manica e Sofala;

 Sport Quelimane e Beira, grupo Lusotano;
 Ferroviário de Quelimane – filiadas na associação distritais de Quelimane; 
Sporting de Nampula;

 Sport Nampula e Benfica – filiadas na associação distrital de Nampula;
 SC de Pemba, Atlético de Montepuez e os Diamantes – filiadas na associação distrital de Cabo delgado.

Os jogadores se sentiam muito melhor na AFA, o mais recordam com muita emoção que foi nesse período que, apesar de tanta agressividade racial, impostas pelo regime colonial das esquinas da Mafalala , deMikadjuine e dos Campos de Xipamanini e de outros locais, nasceram bons talentos. 





Só para citar: a falar de Zeca e Migleit, Frederico, Berreira, Abreu, Luís Siquice, Costa, Vicente, Armando Manhiça, Mario Coluna e tantos os outros que conta los não caberiam nestas poucas linhas.

 Nestas atletas dignificaram Portugal. Portanto, foram estes que vieram das vertentes dos farrapos e das bexigas feitas de bolas e dos campos baldios dizilhalhas, Mafalala, Chamangulo e de outros lugares que levaram ao mais alto nível o nome de Portugal.


Em 1932, a AFA tinha os seguintes membros:

 Grupo Desportivo Luso – Africano
Grupo Desportivo Vasco da Gama
Grupo desportivo Beira – Mar
Sporting Club Azar
Grupo Desportivo Mahafil Islamo
Grupo Desportivo Alto Mar Nhafoco
 Atlético Club Maometano
Grupo Desportivo Beirense
Sport Nacional Africano
Grupo Desportivo Pela Raça de São José de Lhanguene, 
Grupo Desportivo Nova Aliança e o Atlético Clube de Lourenço Marques.

As fronteiras raciais entre estes campeonatos não eram totalmente estanques; alguns jogadores negros, e sobretudo mestiços, foram participando na competição da AFLM, considerada a de maior prestigio, tudo leva a crer, no entanto que o universo do futebol reproduziria a lógica do sistema de assimilação introduzido pela colonialização portuguesa.

Por isso, á margem de um enquadramento institucional, o futebol, ter – se –
á desenvolvido por forma espontânea,  jogo nas ruas, nos bairros.

 Por outro lado, a sua evolução foi acompanhada, nomeadamente a partir do momento em que se organizam competições, por um processo singular de racionalização, caracterizado pelo desenvolvimento e partilha de um pensamento sobre o jogo, cuja função é ser aplicada na prática da modalidade.


A sua expansão pelo território terá sido rápida, como prova uma crónica que o Brado Africano publicou em 1939 (21/1, P.5) sobre a vida desportiva no distrito de Inhambane: O futebol, aqui, como de resto em toda parte, é o desporto – rei por excelência. 

É o desporto que se pratica em maior escala, e é ver por essas estradas que atravessam o distrito vários campos de futebol com árvores no meio e dois bambus espetadas no solo e atravessados por um terceiro a servirem de balizas.

É importante realçar que a evolução do futebol obedeceu também ao nível do desenvolvimento administrativo (principalmente ao nível urbano). 

Como exemplo podemos salientar que foi em Lourenço Marques onde a modalidade teve a sua maior evolução seguindo – se depois a cidade da Beira (que incluía Vila Pery) e mais tarde outros centros urbanos nomeadamente Nampula, Queliname, Tete, Porto Amélia, etc.


o aumento do interesse pela modalidade ocorre em simultâneo com aumento da cobertura por parte da imprensa. Os jornais alimentaram a popularização do jogo, trazendo notoriedade a equipas e jogadores.

 A popularização deu lugar a uma maior competitividade e a paulatina especialização funcional no interior das equipas. Em relação a um modelo inglês, os jogadores portugueses, mas também atletas de outras origens, agente de um processo de popularização, transformaram a dimensões performativa do jogo.

 No entanto, o seu desenvolvimento não foi uniforme. Por exemplo, até 1968 a província do Niassa não tinha nenhuma equipa apenas grupos recreativos do exército colonial português.

Após a Independência, reconhecendo – se a relevância da modalidade, nasce a 1 de Janeiro de 1976, a Federação Moçambicana de futebol (FMF).

a FMF rege se pelas disposições legais em vigor, pelas normas a que ficou vinculada pela filiação em organismos internacionais pelos seus estatutos e por regulamentos a par das deliberações aprovadas pela assembleia-geral.

A FMF é o órgão máximo do futebol moçambicano, responsável pela selecção Moçambicana de Futebol (vulgo os Mambas) e pela Taça de Moçambique de futebol.

A FMF representa também o futebol nacional nas organizações internacionais do desporto, sendo membro da Confederação Africana de Futebol (CAF) desde 1978 e da Federação Internacional de Futebol Amador (FIFA) desde 1980. Em 2006 concorreu para acolher o CAF 2010 mas sem sucesso.



 Bibliografia

Da Costa. M. (1970). A Vela e o "Clube Moçambique". Educação e Movimento. Conselho de Educação Física e Desporto de Moçambique – Moçambique e Portugal, no 5.

Mendes M. (1985). Maputo antes da independência: Geografia de uma cidade colonial. Lisboa. Memória o Instituto de Investigação Tropical, no 68

Medeiro E. (1998). O Clube Chinês da Beira (Moçambique). Revista Macau, II ª Serie, no 73, Maio pp.26-33.






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